terça-feira, 30 de outubro de 2012
Sem Ar
Talvez a dor fosse menor se tivessem me tirado um pedaço, ou até dois, quem sabe mais.
Voltei com passos tristes, cabeça tão baixa que pude contar todas as pedras.
E se todas elas te convencessem, eu traria uma a uma, nas costas... e te daria um castelo. Mas temo por ser em vão. Parece que nada mais te toca.
Porque permitiu que o veneno da interpretação alastrasse pelo seu coração.
Me traí. Fiz um cordão de palavras simples e dei o nó. Antes tivesse me enforcado até não restar vida, nem dor...
Mas, apenas sufocou... Permaneço viva, mas sem o ar.
Queria tuas mãos a desvendar meus versos. Não estes em palavras que doei em folhas e pautas. Mas estes que meus olhos te ofertam... só para você saber que, sim, você é meu ar.
Débora Andrade
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