terça-feira, 6 de novembro de 2012

Vésperas


Vésperas

Vésperas do que posso ser...

E eu no mesmo desmazelo da garota descuidada de 15 anos.
Com o mesmo descaso aos medos, com os mesmos olhos que não
enxergam mais as pedras que tropeça.

Vésperas do que, em retalhos, me fiz pedaço do que sou agora.

Vésperas de sonhos não concretizados e uma enorme vontade de
ter o mundo na palma das mãos.

Vésperas da mesma força com que te abraço, como quem abraça
os cacos do mundo que a ideologia da felicidade nunca nos
permite ver inteiro.

Vésperas de primavera... Minhas primaveras que não esperam
mais por flores azuis e raras...
Primaveras que brotam em meu peito amores que o verão queima com seus raios sem piedade de fazer céu bem azul.

Vésperas...

E eu com os mesmos passos cheios de pressa... Com a mesma
angústia que nunca deixa de apertar este peito que não
aprende a desejar menos do que pode ter.

Vésperas... Das minhas asas que voam sem saber a altura que
pode doer o tombo...
Débora Andrade

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